6 de mai. de 2009

Vocação

Imagens: Getty Images

Em momentos de crise - seja ela econômica, existencial ou de identidade - um exercício interessante de se fazer é tentar resgatar a origem das coisas. Buscar entender o como e o porquê de tudo ter começado, chegando ao que somos/estamos hoje. É resgatar a essência, a vocação. E as respostas podem estar guardadas nas coisas mais simples, como nas brincadeiras da nossa infância.

Na memória das minhas brincadeiras e passatempos de criança vi que havia uma coisa em comum: tudo acabava em um evento. Dos concursos de Miss Universo na garagem (onde, além de organizadora, era, invariavelmente, a própria Miss - com a ajuda do vestido de noiva da minha mãe!), aos aniversários de bonecas, gatos e cachorros, chegando aos bailinhos de final de semana na adolescência. Se havia visitas em casa, um evento lá ía eu promover: um desfile de modas feito com lençóis, um teatrinho inventado na hora, um show musical, uma perfomance de ballet... Tudo organizado, bem decorado e com aplausos ao final. (hehehe)

Na escolha da profissão, o impasse: arquitetura, publicidade, diplomacia, administração?... (naquela época ainda não ofereciam, nas universidades, cursos de marketing, nem nada específico de eventos). Foi quando conheci Relações Públicas e cheguei à conclusão de que aquele era o caminho. Tirando arquitetura, RP - pelo menos na teoria - era um misto de tudo o que pensava em fazer na vida.

Apesar de formada, nunca exerci, oficialmente, a profissão. Mas, mesmo atuando em Marketing e Vendas, sempre fui, em essência, uma profissional de Relações Públicas. Na criação de programas de relacionamento com os clientes, na gestão da imagem da empresa e, em especial, na organização e realização dos eventos corporativos. E era justamente com esses eventos que eu me transformava em workaholic, trabalhando com prazer e me realizando com o trabalho.

Contudo, foi com a vinda da minha pequena musa inspiradora, Beatriz, que os eventos tornaram-se parte de um plano de carreira. Era um momento de crise: Ser mãe ou executiva? Ou as duas coisas juntas? Ou, que tal dar uma virada e buscar a minha vocação, sem abdicar do papel de mãe? E qual seria essa vocação mesmo? Aos 35 anos e no meio da minha vida profissional (já que pretendo trabalhar até os 70), fui atrás do passado para desenhar o futuro.

Como todo início de carreira, o caminho tem sido árduo, mas acompanhado de uma sensação de liberdade sem preço. E liberdade é essencial num processo criativo. Especialmente quando pretendemos criar eventos originais e inusitados.

Sem querer assustar meus leitores com um tratado pseudo-filosófico logo de cara (eu me empolgo demais com essas coisas!), chego ao fim deste segundo post.

Apenas para finalizar, saiba que as crises estarão sempre à espreita. Por isso, ao invés de sentar e chorar, deixe-se transportar para o passado, para a sua infância (caso a memória esteja fraca - isso acontece - observe crianças brincando). Dalí poderão sair respostas e inspirações para a sua verdadeira vocação.

Até a próxima!

Ana LuX
(Esse é meu novo nome de guerra... Depois explico o porquê)

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